O CONCEITO DE REGIÃO E SUA DISCUSSÃO

Resenha do texto “O CONCEITO DE REGIÃO E SUA DISCUSSÃO”, de Paulo Cesar da Costa Gomes . In: CASTRO, Iná E.; GOMES, Paulo C.; CORRÊA, Roberto L. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1995

Paulo César da Costa GOMES afirma que a denominação região remonta os tempos do Império Romano, quando a palavra regione era utilizada para designar áreas, independentes ou não, que estavam subordinadas ao Império e que alguns filósofos interpretam este conceito como a necessidade de centralização do poder e a extensão dele sobre uma grande diversidade de cultura e sociedade e de uma certa maneira submetidos à ordem hegemônica de Roma.

Com o fim do Império Romano e o reforço da Igreja reforçando a divisão local seguiu-se o processo de subdivisão de áreas que fortaleceu o poder feudal. Gomes cita que também neste caso há a expressão da centralização do poder.

Na Europa o autor coloca que há ainda a centralização, mas que está ligada a um conceito de região na Antiguidade Clássica, e se refere à “relação entre centralização, uniformização administrativa e a diversidade espacial, diversidade física, cultural, econômica e política, sobre a qual este poder centralizado deve ser exercido”.

O autor, por meio de uma discussão histórica entende que há três grandes debates que contribuem para as discussões geográficas no tema como permeando debates de noções de região natural e de região geográfica e o peso à região natural, como região quantificada e analítica e região como realidade auto-evidente e como a possibilidade de mutação dos critérios de definição do espaço.

Nos últimos dois séculos surgiram os conceitos de região natural, região geográfica, região homogênea, etc. As discussões que passam a ser travadas sobre eles acabaram provocando debates nos quais o tema predominante passou a ser “a natureza, o alcance e o estatuto do conhecimento geográfico”.
O autor também coloca que é necessário perceber em discursos sobre os direitos às diferenças e que alimentou diversos movimentos e base da ideologia da democracia solicitada pelas minorias e que, segundo Castro, 1988, o discurso regional pode ser uma preservação da elite reiterando sua posição de liderança e controle do espaço.

É interessante enfatizar que, conforme Gomes, a “globalização parece concretamente não ter conseguido suprimir a diversidade espacial, talvez nem tenha diminuído”. E ainda que “o mais provável nesta nova relação espacial entre centros hegemônicos e as áreas sob suas influências tenham surgido novas regiões ou ainda se renovado algumas já antigas”.


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