IMPACTOS DECORRENTES DA MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA


Resenha do texto “IMPACTOS DECORRENTES DA MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA”, de Rosane Balsan . In: CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v. 1, n. 2, p. 123-151, ago. 2006.

O processo de modernização do campo foi iniciado no Brasil na década de 60 acompanhando o movimento internacional liderado pelos EUA (revolução verde) desencadeando formas de exploração agrícola.
Dentre as consequências trabalhadas no texto, os impactos ambientais e socioeconômicos são os mais degradantes do ambiente e reducionista da agricultura camponesa.

A autora expõe algumas faces do processo de modernização no campo, principalmente suas consequências na agricultura familiar. Em sua visão, o processo de modernização trata-se de uma estratégia de acumulação capitalista que torna a agricultura familiar dependente de produção e produtividade. Neste processo centrado no modelo econômico atual, o mercado regula também a agricultura e, segundo geógrafo Ariovaldo Umbelino, o governo deixa pequenos agricultores expostos a grandes indústrias enfraquecendo a agricultura familiar e camponesa.

Não há dúvida que houve um crescimento econômico que tornou a agricultura como uns dos principais centros econômicos. Mesmo a modernidade ter sido incentivada houve um distanciamento destas novas tecnologias dos agricultores familiares. Esta classe historicamente esteve sujeita a dominação social e foi imposta a um modelo a qual ela mesma ficou em segundo plano. Com a redução da atuação, redução da renda e expondo os pequenos agricultores a exploração capitalista, a autora muito bem coloca que “a propriedade da terra foi subordinada ao capital”.

As incorporações de novos insumos, fertilizantes ou agrotóxicos e “modernização” agrícola degradaram de maneira agressiva o solo, destroem florestas, prejudicam a biodiversidade e contaminam água a custa do novo mundo rural, mesmo aumentando a produtividade das lavouras. O manejo inadequado do solo, a intoxicação das águas, melhorias genéticas e desconsideração com a diversidade brasileira pelas técnicas agrícolas importadas facilitou que houvesse uma redução do ser humano, uma monopolização das culturas, inviabilidade de avanços menos agressivos e exclusão da sociedade no processo.

Todos os impactos estão presentes nos dias atuais e seu sustento seguiu a base capitalista técnica-informacional de maneira que o avanço social e solidário está difícil de encontrar.

Comentários

Anônimo disse…
Muito bom, me ajudou na minha pesquisa escolar!!

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